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segunda-feira, 23 de março de 2015

Zap,zap

                     
Sempre gostei muito de Literatura e a de Cordel entãoooooooooooooooo...Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...Tenho fascínio total.Recebi numa dessas ferramentas midiáticas disponíveis no telefone (que faz tempo que deixou de ser telefone diga-se de passagem), um cordel que vale a pena ser compartilhado: 


ESSE TAL DE ZAP ZAP
É NEGÓCIO INTERESSANTE
EU QUE ANTES CRITICAVA
HOJE TECLO À TODOS INSTANTE
QUASE NEM DURMO OU ALMOÇO
E QUEM CRIOU ESSE TROÇO
TEM UMA MENTE BRILHANTE

QUEM DIRIA QUE UM DIA
EU PUDESSE UTILIZAR
CALCULADORA E RELÓGIO
CÂMERA DE FOTOGRAFAR
TUDO NO MESMO APARELHO
MAPA , CALENDÁRIO, ESPELHO
NO TELEFONE CELULAR

E AGORA A MODA PEGOU
PELAS REDES SOCIAIS
É NO FACE OU NO ZAP
QUE O POVO CONVERSA MAIS
TALVEZ NÃO SAIBA O MOTIVO
QUE ESSE TAL APLICATIVO 
É MAIS LIDO QUE OS JORNAIS

EU ACHO É MUITO ENGRAÇADO
PQ MUITA GENTE TEM
UM GRUPO SÓ PRA FAMÍLIA
UM DO TRABALHO TB
E ATÉ AQUELE CONTATO
QUE SÓ MUDA DE RETRATO
MAS NÃO FALA COM NINGUÉM!

TEM O GRUPO DA ESCOLA
O GRUPO DA ACADEMIA
GRUPO DA UNIVERSIDADE
O GRUPO DA POESIA
TEM O GRUPO DAS BALADAS 
DAS AMIGAS MAIS CHEGADAS
E O DA DIRETORIA

TEM QUEM MANDE ORAÇÃO
BOM DIA DE VEZ EM QUANDO
QUEM SÓ MANDE FIGURINHAS
QUEM VIVE RECLAMANDO
NOS GRUPOS É QUE É PARADA
DIA, NOITE MADRUGADA
SEMPRE TEM ALGUÉM TECLANDO

CADA UM QUE ANALISE
SE ISSO É BOM OU RUIM
OU SE A TECNOLOGIA 
É O COMEÇO DO FIM
TALVEZ UM VOTO VENCIDO
PORÉM O ZAP TEM SIDO
MUITO ÚTIL PARA MIM

EU ACHO QUE A INTERNET
É UMA COISA MUITO BOA
TEM COISA MUITO IMPORTANTE
TB TEM MUITA COISA À TOA
USAR DE FORMA ACERTADA
OU, POR ELA SER USADA
VAI DEPENDER DA PESSOA

COMUNICAÇÃO É BOM
VANTAGENS QUE HOJE SE TEM
FELIZ É QUEM TEM AMIGOS
FORA DA REDE TB
A VIDA SÓ TEM SENTIDO
QUANDO O É PERMITIDO
É AQUILO QUE CONVÉM 

PRA QUEM MEU VERSO RIMADO
ACABOU DE RECEBER
COMPARTILHE ESSA MENSAGEM
QUE FINALIZA A DIZER:
VIVA A VIDA INTENSAMENTE
PQ PESSOALMENTE É QUE SE FAZ ACONTECER ;)

AUTORA:IZABEL NASCIMENTO (ARACAJU/SE) 



domingo, 23 de junho de 2013

Somos realmente a soma de nossas escolhas...

Não deixe que o livre arbítrio te domine... 
Quando encontrar alguém 

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer 

seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida. 


Se os olhares se cruzarem e, neste momento, 
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu. 



Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo 
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês. 



Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça: 
Algo do céu te mandou 
um presente divino : O AMOR. 



Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca, 
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. 



Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas 
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar 
com ela em qualquer momento de sua vida. 



Se você conseguir, em pensamento, sentir 
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado... 



Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos, 
chinelos de dedo e cabelos emaranhados... 




Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... 



Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... 



Se você tiver a certeza que vai ver a outra 
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela... 



Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. 



Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes 
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. 



Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar, 
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. 



É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem 
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

Fonte(s):

http://pensador.uol.com.br/frase/MTM2Mjg5/
    FikaDika!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

D de Drummond

Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.
Carlos Drummond de Andrade 


Esta segunda-feira, dia 31 de outubro, é um dia muito especial para a literatura brasileira. Um dos nossos maiores poetas, Carlos Drummond de Andrade, ganhou este dia só para ele. Hoje é o "Dia D", o "Dia Drummond", que vai ser comemorado em sete cidades brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Paraty e Itabira), além de Lisboa, em Portugal.
O que os organizadores pretendem é que o "Dia D", dia do aniversário do poeta, seja um dia dedicado à obra dele. A partir deste ano, todo dia 31 de outubro, então, será "Dia D" e vai haver uma vasta programação sobre a obra de Drummond nas várias cidades: exposições com fotos e desenhos dele, filmes sobre o poeta Drummond e leitura de poemas. Na estátua de Drummond, em Copacabana, também deve aumentar o número de visitantes, apesar da chuva.
Drummond tinha até um verso sobre o aniversário, ele dizia o seguinte: ‘O tempo passa? Não passa. São mitos do calendário, tanto ontem, como agora. Teu aniversário é um nascer a toda hora”. 
Fonte:http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/10/carlos-drummond-de-andrade-ganha-dia-d-para-celebrar-sua-obra.html

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Oswald de Andrade:um visionário!

São Paulo - “Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado em todas as línguas” era a frase que vinha na folha de rosto da edição original do romance Serafim Ponte Grande, do modernista Oswald de Andrade. Com a citação, o escritor paulistano entrava em 1933 na vanguarda das controversas discussões sobre direitos autorais. A mensagem também foi usada para abrir a exposição sobre o autor no Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista.
“Em 1933, ele já era a favor da cultura livre, quase uma ideia do Creative Commons, comenta o curador adjunto da mostra, Cacá Machado. “Hoje em dia, a gente ainda tem resistência a esse tipo de pensamento. Então, isso é muito radical na postura de um homem de cultura, das letras”, acrescenta.
Aberta no último dia 27, a exposição com o título Oswald de Andrade: O Culpado de Tudo usa elementos de linguagem contemporâneos para retratar a vida e a obra, elementos indissociáveis, do artista. “Há uma dimensão poético-literária, um histórico e uma dimensão pouco conhecida que é a ensaísta”, explica Machado.
A inspiração para a organização vem do poema As Quatro Gares, onde o escritor reflete sobre as quatro fases da vida. “Nossa função foi revelar Oswald de Andrade. Foi trazer a literatura dele e, como essa literatura está muito atrelada à sua vida, não tinha como não falar da vida do Oswald”, conta o curador.
Uma existência agitada, de viajante, segundo Machado, fez com que o artista, um dos idealizadores do movimento modernista brasileiro, tivesse reflexões que continuam pertinentes décadas após sua morte. “O Oswald já está pensando em um mundo globalizado, isso na década de 30”, diz, em referência, entre outras coisas, às famosas ideias de antropofagia, base do movimento iniciado em 1922.
Para Oswald, a garantia de sobrevivência da cultura brasileira está na capacidade de entrar em contato com outras culturas e absorvê-las, em um processo de transformação. “Se a gente não assimila o outro nessa relação, a gente cria uma cultura absolutamente egocêntrica”, comenta  Machado. “No mundo em que a gente vive hoje, isso é absolutamente fundamental”.
Colocando esse pensamento em prática, a mostra convidou o grafiteiro Ganu para reproduzir nas paredes da exposição trechos da fase utopista do escritor que, na velhice, passou a se dedicar a reflexões sobre cultura e comportamento. “É como se fossem hieroglifos. Ao mesmo tempo, é uma relação com a rua”, explica Machado. 
Fonte:Jornal do Brasil

Por Drummond

    No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
      Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond        * * * 
      Ainda bem que "tinha uma pedra no caminho"...tinha!E porque houve uma pedra no caminho reflexões ficaram para que, se acaso surjam "outras" já saibamos retirará-las .Rsrsrs

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

By Mário Quintana

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim.
Nem que... eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível.
E que esse momento será inesquecível.
(Mário Quintana)  

Quando puz meu filhote no mundo eu fui insubstituível e isso foi e será inesquecível.
By me

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O que faz uma mulher ser admirável?

Ela pode ser um segredo, andar na multidão, sem que a notem,andar sem rumo, sem direção, chinelo mostrando dedos e toda sua descontração, cabelos soltos ao vento ou presos, com ou sem maquiagem, corpo lindo e torneado por natureza ou musculação...pode ter lido vários livros,ter milhares de informação, ser rica ou pobre,ter tido acesso à educação,pode ser simplória ,sem nenhum diploma na mão, pode entender de culinária ou não saber ligar o fogão, pode ter tudo e nada na ótica de sua visão, pode ser a miss brasil, a musa da perfeição, ou trazer em seus traços a etnia não tão apreciada pela diversificação...pode apenas ser mais uma ou uma a mais na multidão.By me

                    A Mulher Interessante...

Na "mulher interessante", a beleza é secundária, irrelevante e, mesmo, indesejável. A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual. Era preciso que alguém fosse, de mulher em mulher, anunciando: - "Ser bonita não interessa. Seja interessante!" (Nelson Rodrigues)
               

sábado, 10 de setembro de 2011

Tudo o que você faz é sempre bem feito

Fábula de Hans Christian Andersen (Dinamarquês, escritor de várias outras fábulas, como O Patinho Feio, etc.)
Do meu livro:Reino colorido da criança (when I was 7 or 8 eight years old).Traduzido por Caio Ponte - Editora Formar Ltda.(Será que ainda existe?)
Procurava essa fábula por toda net, mas não conseguia, pois era diferente do título que tinha no meu livro,mas como não sou de desistir, encontrei no blog dessa moça aqui: mardehistoriassemfim.blogspot.com/.../tudo-esta-bem-quan.E a trouxe para cá, pois apesar de ser um pouco diferente do que contém no meu pré-histórico livro, é algo muito forte que permaneceu na "caixola"desde criancinha...rsrsrs.



Era uma vez em certo vilarejo antigo, esquecido até mesmo pelo tempo, preguiça que tinha de por lá passar, dois casebres muito velhos, em cujos telhados de sapé, cobertos por grama e musgo, duas cegonhas vieram construir seus ninhos.

Quando o vento soprava, dependendo da direção de onde vinha; as paredes dessas casas, de tão arruinadas, se inclinavam ora para a direita, ora para a esquerda. Para completarmos a descrição, estes casebres possuíam duas ou três (?) janelas baixas, mas, que, com exceção apenas de uma, estavam bastante emperradas. O forno, enterrado na parede, lembrava uma barriga grande, redonda e gorda. Do lado de fora, uma madressilva trepava sobre a cerca; espalhando seus galhos, protegendo com sua sombra uma linda e tranqüila lagoa de patos. Um cão de guarda latia sem cessar, se, por um acaso, alguém se lembrasse de passar por ali.

Pois bem, era num destes casebres miseráveis que vivia um casal idoso; um lavrador e sua mulher. Eles não possuíam nada neste mundo, melhor dizendo, quase nada, há não ser um cavalo, que costumava pastar perto dos fossos ao longo da estrada, e um magnífico jardim.

O velho lavrador sempre montava o animal quando ia à cidade e os vizinhos, de vez em sempre, o pediam emprestado e, em nome da velha amizade, o lavrador o emprestava, indo junto com o empréstimo um raminho de lindas flores, oferta calorosa e perfumada, delicado convite, porém, nunca percebido, para ensinar-lhes a difícil arte de se construir jardim. Mas, apesar da falta de percepção, os vizinhos em troca da gentileza, ajudavam o bondoso homem, nos mais diversos tipos de tarefas.

Entretanto, apesar deste excelente relacionamento com a vizinhança, o velho lavrador pensou que seria melhor se livrar do cavalo. Decidiu então, vendê-lo ou trocá-lo por qualquer outra coisa que fosse mais útil para ele e sua velha. “Alguma coisa que você valorize mais do que qualquer pessoa” recomendou a mulher ao seu esposo. “Hoje na cidade é dia de feira. Vá lá e leve o cavalo. Você, meu velho, há de ter um bom lucro vendendo-o ou trocando. Vá, vá, apronte-se logo... O que você fizer, para mim, estará bem.”

Ela foi buscar um lindo cachecol que colocou ao redor do pescoço de seu esposo dando-lhe em seguida um nó duplo pra lá de elegante. Ela lhe tomou o chapéu, e, com muito jeito, alisou-o com a palma da mão. Depois disto, deu-lhe um baita beijo e mandou-o seguir. Ele, obediente, montou no cavalo e foi à cidade, negociar.

“Sim”, disse consigo a velha senhora, enquanto lhe acenava um adeus, “o meu velho sabe o que faz. Ele é o melhor negociante que conheço.”

Naquele dia, o sol estava muito quente, e no céu não passeava uma nuvem. O vento levantava o pó da estrada pela qual passava - em carroça, a cavalo ou a pé - todo tipo de gente, apressada, ansiosa por chegar o quanto antes à cidade, pois o calor era intenso e pela estrada empoeirada não havia uma só estalagem.

No meio desse povo estava um homem com uma vaca, mas não uma vaca qualquer. Era uma vaca tão bonita como uma vaca pode ser.

O lavrador olhou para o animal e pensou: “Esta vaquinha deve dar um leite delicioso. Huum! Vejamos... a vaca pelo cavalo, certamente, seria uma troca maravilhosa!”

E foi assim que, parando ao lado do homem, o velho chamou-lhe a atenção: “Ei, senhor. Quero lhe fazer uma proposta. Ouça-me, por favor. Todos sabem que um cavalo custa muito mais do que uma vaca, mas, para mim isso não faz diferença. A vaca me será mais lucrativa que o cavalo. Portanto, o senhor gostaria de trocar a sua vaca pelo meu cavalo?”

“Ó, eu ficaria encantado”, respondeu o homem, mal acreditando em sua sorte. Então, para satisfação de ambos eles efetuaram a troca.

Bem, tendo isto ocorrido, o velho lavrador, bastante contente por ter feito um bom negócio, poderia ter retornado para casa, mas, como ele já havia resolvido fazer uma visita à feira, continuou em seu caminho para a cidade.

 Entre tanta gente apressada, ansiosa, o velho lavrador também se apressou embora a vaquinha, de vez em quando, o fizesse retroceder, fazendo desta maneira, que o velho demorasse por uns instantes na observação de seus próprios passos. Mesmo assim, não demorou muito e encontrou-se com um outro homem que levava uma ovelha, mas não uma ovelha qualquer, era uma ovelha de uma espécie rara, com pêlo lanoso espesso.

O velho pensou: “Ora, ora eis aí um belo animal para se ter. Uma ovelha encontrará todo o capim que vai precisar para comer ao lado de nossa cerca. No inverno podemos deixá-la dentro de casa, será uma excelente distração para minha amada. A ovelha é melhor para nós do que a vaca, certamente.”

Ele, então, se aproximou do dono da ovelha e disse: “Olá, amigo, você não gostaria de trocar...” Antes mesmo que pudesse completar a proposta, o velho viu-se com a cordinha da ovelha nas mãos. O homem, satisfeitíssimo com a troca, pegou a vaquinha e temendo que o velho lavrador se arrependesse do negócio, sumiu num abrir e piscar de olhos.

O velho lavrador, desta vez em companhia da ovelha, continuou sua jornada rumo à cidade. A certa altura, ele viu um homem carregando debaixo do braço, um ganso vivo; gordo e grande, mas não era um ganso qualquer, era um ganso magnífico, um ganso que não se encontrava em qualquer lugar. O velho lavrador estava muito admirado.

“Ahá...eis aí uma bela criatura” pensou consigo o lavrador. “Esta é uma ave espetacular. Tanta gordura! E que penas maravilhosas! Em nossa casa, minha esposa acharia um modo de deixá-lo ainda mais gordo. Ele poderia comer todas as sobras e então, de que tamanho ele não ficaria...? Lembro-me de que ela constantemente me dizia: ‘Ah! Como seria bom se tivéssemos um ganso. Ele ficaria muito bem junto aos nossos patos’. “Sim”, continuou a pensar o velho lavrador; “ele ficaria muito bem junto aos nossos patos. Talvez, esta seja a nossa oportunidade de ter um ganso; mas não um ganso qualquer; um ganso que, certamente, valerá por dois!”

E o velho lavrador, disposto a não mais perder tempo, dirigiu-se ao dono do ganso:

Olá, meu amigo. Gostaria de fazer uma troca comigo? Dê-me o seu ganso e leve a minha ovelha. Eu não faço questão de mais nada!”

A este homem também não foi preciso perguntar duas vezes e o velho lavrador, sem dificuldades; logo se tornou um feliz dono de ganso.

 A essa altura, ele já estava às portas da cidade. A multidão aumentou; homens e animais, devido à pressa, atropelavam-se ao longo da estrada. A dificuldade em caminhar era tanta que até dentro das valas, perto das cercas dos campos, algumas pessoas foram parar, entretanto, no portão de entrada da feira a confusão era ainda maior, um verdadeiro “Deus nos acuda”. Lá, todo mundo se empurrava para entrar.

Em meio a balburdia, o coletor de impostos da cidade levantou no ar uma galinha, que ele, por receio da multidão, prendera num barbante para que assim ela não se assustasse e fugisse. Ela aninhou-se no portão de entrada e bateu as asas cortadas; piscou o olho, de maneira graciosa e em vez de fazer “co-có-ri-có” ela fez “claque, claque”... Será que a galinha estava a pensar em alguma coisa? Quem saberia? Porém, o velho lavrador que atentamente observara a reação do coletor de impostos, pois estava de olho na galinha, achou aquilo muito engraçado, engraçado mesmo e danou-se a rir, pensando: “Essa bichinha é ainda mais bonita que a galinha choca do pastor.

 Ela não é uma galinha qualquer e é tão engraçada... Quem continuaria indiferente diante dela? Certamente lá no vilarejo todos cairiam na gargalhada! Deus do céu, como eu gostaria de tê-la. Com certeza, a galinha é um animal mais fácil de se criar... Ela não requer tantos cuidados, pois come grãos e migalhas espalhadas pelo chão.

 Penso que se eu conseguisse trocar o meu gordo ganso por essa belezinha, eu faria um excelente negócio. Ora, se faria...”

O lavrador achegou-se ao coletor de impostos e pondo o ganso à vista, lhe perguntou: “O senhor não trocaria sua galinha por este ganso?”

“Trocar? Mas, é claro. Isso seria perfeito.” Respondeu o coletor de impostos, que então levou o ganso, deixando a galinha nas mãos do lavrador.

O velho negociara bastante durante esta jornada até a cidade e agora estava cansado e muito incomodado com o calor. Ele necessitava urgentemente de alguma coisa para comer e beber. Olhou ao redor e logo viu uma estalagem para onde se dirigiu com passos ligeiros. Neste justo momento, saía um rapaz da dita estalagem carregando uma bolsa cheia até a boca. O velho, curioso, imediatamente, lhe perguntou: “Ei, rapazinho, o que estás levando aí?”

“Ó, isto aqui, senhor?” Respondeu o rapaz. ”Não é nada demais... É apenas um saco de maçãs murchas que vou jogar aos porcos.”

“Upf”! Resmungou o velho, “o que é que estás dizendo? Maçãs murchas para jogar aos porcos? Que extravagância, que desperdício! Minha amada esposa faz coisas maravilhosas com maçãs murchas. Ela ficaria tão feliz com todas essas maçãs... Desde o ano passado que a nossa velha macieira, que fica junto ao estábulo, não dá sequer um único fruto. Costumamos as apanhar ainda verdes para guardá-las no armário da cozinha até ficarem maduras. Diz minha esposa que isto é um sinal de quem se sente confortável, imagine então o que ela não diria se lhe conseguisse um saco cheio de maçãs? Eu adoraria fazer-lhe esta surpresa.”

“Tudo bem, mas o que o senhor me daria em troca do saco?” Perguntou o rapaz.

“O que eu daria? A galinha, é claro! Não achas que está bom?”

O rapaz aceitou a troca prontamente. Em seguida, o velho lavrador entrou na estalagem com o saco, que pôs, com muito cuidado, perto do fogão, que, aliás, estava muito quente, 'fato, porém que o velho lenhador nem percebeu. Pediu um trago e o tomou avidamente.

Havia gente demais na estalagem; negociantes de cavalos, criadores de gado e muitos viajantes. Entre estes últimos, encontravam-se dois franceses com bolsos abarrotados de moedas. Os dois sujeitos eram tão ricos, que, só para se livrarem um pouco mais do peso de tanto dinheiro, adoravam fazer todo tipo de aposta.

Repentinamente, do fogão partiu um estranho ruído: ssss-ssss!.. “O que foi isso?” Perguntou um dos franceses. Pois não é que eram as maçãs que estavam começando a cozinhar?

“Oh, minhas maçãs...!” Disse o velho lavrador, e ele então contou aos franceses, tintin por tintin, toda a sua aventura.

“Sendo assim, meu bom homem”, disseram-lhe os franceses, “sua esposa ficará furiosa. Espere só até você chegar em casa!”

“Furiosa nada”, lhes respondeu por sua vez o velho lavrador, “minha velha vai é me abraçar e dirá toda sorridente: ‘O que o meu velho faz está sempre certo, seja lá o que for ou como for. Tudo está bem quando acaba bem.”

Os franceses, que viram nisso uma boa oportunidade para apostar, não perderam tempo e lhe disseram assim: “Se o senhor está tão confiante de que tudo vai acontecer desta maneira, que tal fazermos uma aposta? Nós, meu amigo e eu, apostamos cem quilos de ouro.”

“Bem, não precisa tanto. Uma sacola será o bastante”, disse-lhes o lavrador, “porém, para apostar, tenho apenas este saco de maçãs. Eu diria que é uma boa troca. Se aceitam considerem a aposta fechada.”

“Claro que aceitamos. Um saco de maçãs é o suficiente.”

Após esta conversa, onde mais uma vez, para alegria dos franceses, uma aposta foi firmada, os três homens pediram emprestada a carroça do estalajadeiro, subiram nela e rumaram confiantes de volta ao sitiozinho em que começara toda essa história.

Mal entrou na cabana, o velho lavrador abraçou sua velha lhe dizendo carinhosamente: “Boa noite, minha amada.”

“Boa noite, meu amado”, respondeu a velha, retribuindo-lhe com o mesmo entusiasmo a sincera saudação.

O lavrador então, disse à sua esposa: “Sabe querida, eu troquei o cavalo.”

“Ah, que bom, querido!” Disse-lhe a esposa, beijando-lhe o rosto, sem notar o saco de maçãs ou a presença dos dois estranhos. “Você, meu velho, sabe mesmo negociar.”

O lavrador tornou a falar. “Eu troquei o cavalo Por uma vaca.”

“Graças a Deus!” Disse a esposa, “de hoje em diante, teremos leite, manteiga e queijo! Que troca maravilhosa.”

“Sim, teríamos leite manteiga e queijo”, retrucou o lavrador, “mas acontece que eu troquei a vaca por uma ovelha.”

“Você é mesmo muito esperto”. Disse a esposa, lhe piscando um olho, “uma ovelha no lugar de uma vaca é ainda melhor. Capim é o que não falta por aqui. Ademais, uma ovelha também pode nos dar leite e eu adoro queijo de ovelha. Teremos lã, com a qual poderei tricotar meias e casacos lindos e quentes. Uma vaca não poderia nos dar tudo isso. Que maroto! Você pensa mesmo em tudo.”

“Espere, querida, ainda não acabou. Eu troquei a ovelha por um ganso.”

“Ótimo, querido. Teremos um gordo ganso assado para Natal. Você não existe. Sempre tão gentil; nunca se esquece de mim. Você sabia que um ganso muito iria me agradar. Daqui até o dia de Natal, ele ficará mais gordo e bonito.”

“Sinto muito, minha velha”, disse o lavrador, “porém já não tenho mais o ganso; eu o troquei por uma galinha.”

“Não há problema nenhum, meu amado esposo”, respondeu-lhe a velha, “uma galinha tem lá a sua utilidade. Ela põe ovos, choca e depois nascem os pintinhos, que logo vão crescer e então, teremos aves à vontade para comermos. O meu sonho é possuir uma verdadeira granja.”

“Bem minha esposa, eu finalmente, troquei a galinha por um saco de maçãs murchas. Você havia me dito para que trocasse ou vendesse o cavalo por algo que eu valorizasse mais do qualquer pessoa, e não existe nada; nem ninguém que tenha mais valor para mim do que o conhecimento, já que aquele que o obtêm, por pouco que seja feliz será, mas como conhecimento não é tão simples de se encontrar, usei o que aprendi a usar e acho que me sai melhor do que todos eles. E quanto a você minha cara, saiba o quanto lhe amo, pois foi graças ao seu conselho que me acompanhou durante todo o tempo, que não ‘troquei’ os pés pelas mãos.”

“Verdade, meu marido?” Exclamou a esposa, demonstrando um tão inesperado espanto que quase perdeu a fala. “Você merece um beijo, meu amado marido. Sabe o que aconteceu esta manhã, assim que você saiu? Eu pus-me a pensar no que poderia fazer para o nosso jantar. Ovos com manteiga e cebolas foi o que me ocorreu. Eu tinha os ovos e a manteiga, mas não havia cebola. Dirigi-me, então, ao diretor da escola, que possui uma bela plantação de cebolas e falei com sua esposa. Você sabe como ela é. Debaixo daquela aparência meiga se esconde uma bruxa mesquinha e quando há má vontade, seca-se farinha no varal. Mas, mesmo assim, pedi-lhe emprestado um punhado de cebolas.”

“Ao ouvir meu pedido, eis o que a bruxa me disse: ‘Emprestar? Não temos nada para emprestar. Nossa horta acabou, nem as cebolas escaparam. Sinto muito, vizinha, não temos mesmo nem um punhado de maçãs murchas.’

 A megera bateu-me a porta na cara e eu voltei para casa trazendo nada nas mãos. Mas você sabe meu velho, porque afinal ela age assim. A bruxa velha morre de inveja de nosso jardim. Ela trocaria ‘amavelmente’ toda a sua plantação de cebolas para conseguir flores mais bonitas e frescas que as nossas. Mal ela sabe que fazer jardim é mais que uma arte; sem nossa ajuda, que ela faz questão de recusar, jamais conseguirá transformar sua plantação de cebolas em um maravilhoso jardim Amanhã, irei lá novamente e vou levar-lhe algumas dessas maçãs murchas, algumas não; vou levar-lhe o saco inteiro. Coitada! Ela não tem nenhuma. Vai ficar tão sem graça! Já estou até vendo a sua cara!”

Cheia de contentamento, a esposa tornou a abraçar o marido e lhe deu fortes e estalados beijos. Pareciam duas crianças.

Após observarem tudo o que se passou, por fim, lhe disseram os franceses: “Bom, meu velho lavrador, as perdas de valor, não mudaram o humor de sua esposa nem por um instante sequer.”

“Não perdi nada de valor. Os homens acreditam que tudo funciona por meio da troca e eu só lhes ministrei uma dose do seu próprio remédio. Bem se vê que não sabem de nada.”

“Seja lá como for, ganhaste a aposta. Tome aqui, sua bolsa de ouro.”

“Bastam-nos apenas algumas moedas”. Disse o velho, para a surpresa dos franceses.

“Algumas moedas? É muito pouco para o resto da vida, pense bem meu velho.”

“Não há o que pensar. Talvez nem vivamos tempo suficiente para gastar todo esse tesouro. Vamos, apenas umas moedas e tudo ficará bem.”

Assim, a felicidade do casal foi imensa. Depois de todo aquele troca-troca tão comum entre os homens, o velho lavrador, mesmo com aquela pequena quantidade de moedas, se tornou muito mais rico do que se tivesse vendido o cavalo dez vezes, por trinta vezes mais o seu valor. E isto nos leva a pensar que realmente o velho estava muito certo ao dizer que TUDO ESTÁ BEM QUANDO ACABA BEM!

By Fernando Pessoa

                           "Eros e Psique"
                         
(FERNANDO PESSOA)


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Só para descontrair...

Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são.
Osho

Saindo da brincadeira e falando sério e quem conhece sabe que o "autor" Osho, tem cada texto, cada reflexão que vale a pena pesquisar.Inclusive tem um texto dele que gostei tanto, mas tanto, que quero lê-lo quando puder absorverlo como se fosse uma esponja tudo o que transparece e o que está implícito também...
Abusada!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Esse Drumond...barbaridade tchê!

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
                           Carlos Drummond de Andrade